Compra do imóvel sem entrada? Entenda as possibilidades

À primeira vista, realizar o sonho de adquirir o apartamento ou casa própria pode apresentar algumas dificuldades para quem pretende fazer a compra do imóvel sem entrada, ou seja, sem nenhum valor antecipado.

Proporcional a cerca de 20% do preço total do apartamento, o repasse desse dinheiro no início da negociação é muito comum em financiamentos imobiliários, pois traz muitas vantagens na hora da compra e também durante o abatimento das parcelas.

Ainda assim, dar um valor de entrada não é algo totalmente indispensável na compra de um imóvel, e há algumas modalidades disponíveis no mercado que possibilitam isso.

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É possível comprar um imóvel sem entrada?

Mesmo considerado um empréstimo de elevado risco, a compra de um imóvel sem entrada é possível, levando em conta que há no mercado imobiliário algumas linhas de crédito que conseguem oferecer a chance de financiar 100% do valor de um imóvel.

Apesar de ser uma notícia muito boa para quem tem dificuldades financeiras, um orçamento mensal mais flexível ou fácil acesso a financiamento integral, aqueles que optam em não pagar o valor de entrada devem estar cientes de que terão dificuldades em obter alguns benefícios, como:

Diminuição do valor financiado, o que reduz o custo total da compra;
Parcelas mensais mais acessíveis, o que aumenta a chance de aprovação no crédito;
Menos incidência de juros, o que representa economia significativa no longo prazo;
Negociação de taxas de juros baixos, prazos e descontos;
Flexibilidade para negociar preço ou condições especiais.

Quando é possível comprar um imóvel sem entrada?

Embora a entrada seja uma prática recorrente em financiamentos imobiliários, há casos específicos em que é possível comprar um imóvel sem precisar dar esse valor inicial.

Veja a seguir quais são e mais informações a respeito dessas modalidades:

Programas governamentais de habitação

Uma das principais alternativas para quem deseja comprar um imóvel sem dar qualquer entrada no valor, é recorrer aos programas habitacionais oferecidos pelo governo.

Um dos mais conhecidos é o Minha Casa, Minha Vida, que tem como foco facilitar o acesso à moradia para famílias dentro de uma determinada faixa de renda.

Segundo o Ministério das Cidades, o programa atende famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil em áreas urbanas e renda anual bruta de até R$ 96 mil em áreas rurais.

O subsídio – uma espécie de “desconto” – é pago pelo Governo Federal, que pode arcar com mais de 90% do valor do imóvel, e o financiamento é realizado pela Caixa Econômica Federal. Para se qualificarem, as famílias devem atender aos requisitos de renda e não devem possuir nenhum imóvel registrado no nome.

Em 2025, aliás, o MCMV deve continuar a ser um aliado importante para o mercado imobiliário nas vendas de imóveis, uma vez que o governo pede uma nova ampliação de recursos para o programa de R$18,13 bilhões.

Construtora

Além dos programas habitacionais do governo, outra forma de comprar um imóvel sem entrada é aproveitando as condições facilitadas oferecidas por construtoras.

Muitas empresas do setor imobiliário criam promoções sazonais, campanhas de vendas ou acordos diretos que eliminam o valor da entrada, especialmente em lançamentos, quando o imóvel ainda não está pronto.

No entanto, para ter acesso a esse benefício, é necessário que o seu saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) corresponda a pelo menos 20% do valor total do imóvel.

Esse tipo de condição é especialmente vantajosa para quem tem renda compatível com o valor das parcelas, mas não conseguiu reunir o montante necessário para dar como entrada.

É sempre importante, porém, analisar bem as condições contratuais, verificar se há reajustes nas parcelas e avaliar o impacto financeiro no longo prazo.

FGTS

Utilizar o FGTS pode ser uma estratégia eficaz para quem quer tornar a casa própria uma realidade mais próxima, mas deseja evitar dar a entrada na compra de um imóvel, especialmente para quem tem um saldo acumulado significativo.

Embora tecnicamente ainda haja uma entrada, o fato de o valor vir do FGTS significa que o comprador não precisa desembolsar esse dinheiro diretamente do próprio bolso, o que torna o processo mais acessível.

O fundo de garantia pode ser usado em qualquer financiamento imobiliário que siga as regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), mesmo fora de programas governamentais, desde que cumpra os critérios exigidos pela Caixa Econômica Federal ou outro agente financeiro habilitado.

Para usar o FGTS na compra de um imóvel, é necessário cumprir alguns critérios:

Ter pelo menos três anos de vínculo com o fundo;
Não pode possuir outro imóvel residencial na cidade onde mora ou trabalha;
O imóvel desejado deve estar localizado em área urbana;
Respeito aos limites dos valores definidos pelas regras da Caixa Econômica Federal.

Consórcio

Sim, é possível adquirir um imóvel por meio de um consórcio imobiliário sem precisar pagar uma entrada inicial.

Sistema de autofinanciamento, onde o consorciado paga parcelas mensais e espera ser contemplado em um sorteio ou lance para receber a carta de crédito, o consórcio, no entanto, pede disciplina financeira e um tanto de paciência, já que pode haver demora para ser sorteado ou ofertar um lance.

Bancos privados ou financeiras

Alguns bancos privados ou financeiras, dependendo do perfil do cliente (como score alto, renda estável e bom histórico de crédito), podem financiar o valor total do imóvel. Isso, porém, costuma implicar em juros mais altos.